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Como uma organização de TI arcaica pode inviabilizar negócios

Executivos alertam que a baixa eficiência do modelo operacional de TI afeta custos, velocidade de entrega e a capacidade de garantir valor ao negócio.

Imagem IlustrativaUma organização de TI com baixo desempenho tem altos custos em comparação com o mercado, leva muito tempo para implementar soluções e não consegue oferecê-las de forma eficaz e precisa. Isso prejudica sua reputação e pode afetar sua capacidade de agregar valor ao negócio. Paulo Silveira, sócio-diretor da TGT ISG, destaca que é crucial entender as reais necessidades do negócio, mesmo que sejam soluções internas que a empresa não tenha percebido.

“É essencial avaliar e alinhar as soluções de TI com as necessidades do negócio para garantir que elas contribuam para o sucesso da empresa” explica Paulo Silveira. Por outro lado, o especialista destaca que um modelo operacional de TI arcaico pode inviabilizar negócios, pois os modelos tradicionais podem não acompanhar as demandas do mercado e a atualização para novas soluções. “O modelo operacional de TI deve estabelecer uma relação com negócios e uma arquitetura que permita a rápida modernização da infraestrutura e das soluções para manter a competitividade e alcançar os objetivos estratégicos da empresa”.

O especialista alerta que o desvio de foco é um sinal preocupante na organização de TI. Isso acontece quando a empresa está mais preocupada em corrigir problemas do que em oferecer soluções eficazes, dando mais valor aos “heróis” do que aos “inovadores e visionários”. Outro sinal é a baixa capacidade de adaptação da TI a mudanças radicais nos negócios, como fusões, aquisições, expansão ou redução significativa. “Quando a TI não consegue acompanhar essas mudanças, sua relevância é reduzida”, destaca.

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“Para que a TI seja verdadeiramente inovadora e gere valor ao negócio, é essencial que a área tenha uma compreensão profunda da estratégia corporativa, a fim de traduzi-la em prioridades de missão crítica, que serão a base do plano estratégico de tecnologia”, explica Omar Tabach, sócio-diretor da TGT ISG. “A jornada digital, também conhecida como transformação digital, deve estar alinhada e antecipar a execução da estratégia do negócio”.

A estratégia corporativa deve ser clara e guiar todas as etapas seguintes. Isso envolve definir prioridades de missão crítica, que por sua vez, orientam a estratégia digital, a jornada digital e o Plano Estratégico de TI (PETI). Tabach destaca o Modelo Operacional da TI, ou Target Operating Model (TOM), como a abordagem fundamental para executar o PETI, entregar valor às áreas de negócio e gerenciar eficientemente a Tecnologia da Informação nas empresas.

As “shadows IT” são frequentemente vistas como problema, mas são inevitáveis. A TI deve criar um ambiente que acelere a velocidade e a inovação, ao mesmo tempo em que lida com problemas de integração e riscos cibernéticos. De acordo com o especialista, um Modelo Operacional de TI sólido é essencial para organizar a TI em termos de processos, relacionamento com o negócio, arquitetura, pessoas, serviços e fornecedores. “Isso permite executar a estratégia de tecnologia, garantindo o alinhamento com as estratégias desejadas, melhorando a eficiência das entregas e maximizando o retorno sobre o investimento em tecnologia”.

O modelo operacional de TI lida diretamente com os tipos de serviços prestados, como inovação, serviços ao usuário, manutenção, evolução da infraestrutura, governança de TI, arquitetura e segurança. “Com base nessas dimensões, é possível criar um modelo operacional que aborde a estratégia de TI, como ela é executada e atualizada, o equilíbrio adequado entre autonomia do negócio e governança de TI, a manutenção dos padrões e a garantia de evolução dos projetos e serviços ao usuário, bem como a evolução contínua da infraestrutura, arquitetura e segurança”. Além disso, Omar destaca que a jornada com PETI e TOM deve ser iterativa, revisada e atualizada conforme a evolução do negócio, seja por mudanças graduais ou radicais.

Paulo Silveira enfatiza a importância de considerar algumas premissas, como o impacto financeiro positivo e os riscos potenciais de interromper os processos de negócio da organização, já que a TI existe para atender a essas demandas. “Ao desenvolver soluções, a TI deve ter em mente a eficiência organizacional, os riscos operacionais e de conformidade, e a viabilização estratégica do negócio. É crucial ter esses direcionadores e perspectivas para evitar que a organização de TI se torne ineficaz”, finaliza.