O conceito de transformação digital tem sido tratado há algumas décadas. Contudo, nos últimos anos, passou a crescer de forma mais acelerada e, principalmente, como consequência da pandemia da COVID-19, a transformação digital passou de conceito à execução de forma mais acelerada e intensa do que nunca. A maneira como realizamos quase todas as atividades, seja no consumo, no trabalho ou como interagimos com as pessoas, foi rompida.
A discussão sobre a percepção de que “experimentação digital é fácil, mas a transformação é difícil” é uma realidade dependendo do momento em que se vive. A luta para escolher, executar e dimensionar soluções, assim como definir novas formas e processos de trabalho, em poucos meses durante a crise sanitária, por questões de sobrevivência nos negócios, foi intensa. Com a tecnologia se movendo mais rápido que as organizações, a pandemia fez com que as empresas se reposicionassem de acordo com o momento e redirecionassem o foco conforme uma nova realidade do mercado.
O valor da tecnologia para os negócios incorporou novos temas, como o ESG (Environment, Social e Governance), além daqueles já conhecidos, como otimização dos custos, excelência na entrega dos produtos, serviços e da experiência do cliente. Neste último item, os objetivos de negócios estão cada vez mais alinhados à experiência do consumidor, mostrando uma tendência sobre relações cada vez mais digitais entre os clientes e as empresas. Preocupadas em entregar valor, as organizações passaram a colocar o cliente como foco central, fato que deve ser percebido principalmente por eles próprios. O consumidor/cliente deve receber mais serviços voltados aos seus interesses e, dessa forma, as organizações devem justificar mais investimentos em tecnologia preocupadas no aumento da percepção de valor de suas marcas para a sua audiência.
A transformação digital é uma jornada que exige resiliência e foco no customer value. A percepção sobre a maturidade digital de uma empresa pode contribuir para um maior crescimento e sucesso. Contudo, a realidade brasileira mostra que muitas organizações que tentam seguir as tendências com velocidade parecem não ser suficientes. Transformações em modelos de negócio, conectividade, em processos ou no uso de analytics podem significar um alto investimento e devem representar, ao mesmo tempo, maior e melhor posicionamento no mercado diante de seus clientes e da concorrência. Para aumentar as chances de atingir estes objetivos, ter como parceiros na jornada de transformação consultorias especializadas que apresentam em seu portfólio um conhecimento amplo e detalhado das tecnologias avançadas e experiência em gestão de mudança de uma organização, torna-se coerente quando as empresas estabelecem uma associação entre transformação digital e entrega de valor para o seu cliente.
Adequando uma nova realidade imposta pela pandemia em que houve um aumento significativo do e-commerce e uma reação com muita intensidade e velocidade no omnichannel, a transformação digital na cadeia de suprimentos foi mais que necessária, tornando-se uma alternativa sem opção. Aumentou demais a quantidade de consumidores online e a exigência na sua forma de compra, flexibilidade e agilidade na entrega. Este novo momento fez aumentar a complexidade no modelo de venda e logística envolvida, aumentando a necessidade do envolvimento de empresas de serviços com conhecimento e competência na digitalização dos processos, análise automatizada dos dados, automação nos centros de armazenamento e distribuição, confiabilidade e segurança das operações de entregas. Soluções de atendimento ao cliente sem contato físico, interação entre funcionários e parceiros virtualmente, uso de inteligência artificial para auxiliar na previsão de eventuais interrupções na cadeia de suprimentos foram os temas mais trabalhados pelas empresas brasileiras nesse último ano. Além disso, algumas organizações começam a trabalhar na inovação de um Supply Chain Circular, ligado à sustentabilidade, remodelando as etapas do processo desde a definição das matériasprimas à fabricação, distribuição, reciclagem e muito mais.
Neste sentido, e em conformidade com o que foi mencionado anteriormente, o tema ESG (Environment, Social e Governance) vem se tornando um assunto cada vez mais frequente nas agendas corporativas no Brasil. Os executivos de corporações globais e locais estão discutindo como agir de forma sustentável, transparente, com ética e integridade, deixando de ser apenas uma questão puramente de propósito. Pensar nos efeitos e compromissos com a sociedade também é uma decisão de negócio e a tecnologia pode e deve contribuir com esta finalidade. Bancos, fundos de investimento e bolsas de valores internacionais têm revelado o perigo para as empresas de deixar este tema para um segundo plano, correndo o risco na perda de espaço em seus mercados altamente competitivos e, principalmente, perda de receita em momentos de crise. Os fundos de investimento preferiram apoiar as organizações com ações ativas em ESG durante a pandemia e devem seguir neste sentido mesmo ao final da crise sanitária. Construir uma nova matriz energética, diminuindo o consumo de combustíveis fósseis para renováveis, reduzindo as emissões de carbono e, assim, contribuir na formação de uma economia cada vez mais circular e sustentável, são temas que estão sendo incorporados nas agendas de negócio e assumindo um papel cada vez mais preponderante diante da economia local e global.