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ISG Provider Lens™ Analytics Services – Brazil 2022

Soluções produtizadas impulsionam o mercado de data e analytics no Brasil.

A terceira edição do relatório ISG Provider Lens® Analytics Services Brazil 2022 traz algumas mudanças em relação às edições anteriores, realizadas com o intuito de refletir as alterações do mercado que foram percebidas pelos analistas e consultores do ISG desde a última edição e confirmadas ao longo do processo de coleta de dados e diálogos com os fornecedores.

A primeira mudança diz respeito à significativa entrada de novos players no mercado e do aumento de solicitações de participação no estudo. Este fato é um indicador do que o mercado de data e analytics continua com crescimento robusto no Brasil, com diversas novas empresas, anteriormente focadas apenas em migração de dados para a nuvem, apresentando portfólios mais robustos e sofisticados de data e analytics, na tentativa de capturar parcelas desta crescente demanda. Paralelamente, novas empresas, com abordagens muito focadas em verticais ou aplicações específicas, também participaram do estudo deste ano, se destacando no que diz respeito a soluções inovadoras e novas aplicações da ciência de dados.

Alguns fornecedores que se anteciparam ao atual estado do mercado e, por isso, ocuparam posições de liderança ou como Rising Stars nas edições anteriores deste relatório, declararam taxas de crescimentos maiores que 50 porcento entre 2021 e 2022. O potencial de crescimento vem sendo enfatizado nos estudos do ISG, não só no relatório de Analytics Services, mas em diversos outros relatórios que contemplam serviços de data e analytics dentro de contextos específicos, como os de MarTech e AWS Ecosystem. Os dados levantados apontam para um caminho no qual a demanda de data e analytics no país parece estar muito longe da saturação.

Neste contexto, os quadrantes de ciência de dados e de engenharia de dados foram divididos em duas partes cada um: uma dedicada às empresas que atendem majoritariamente grandes corporações e outra dedicada às médias empresas. A primeira razão para esta mudança é necessidade de acomodar todos os novos participantes. A segunda é a necessidade de dar o devido destaque a niche players (empresas focadas em segmentos específicos de mercado), que apresentaram soluções inovadoras e com alto grau de competência e efetividade para problemas específicos.

Outra alteração no relatório deste ano foi a inclusão do quadrante de data monetization. Este novo quadrante incorpora o que o ISG enxerga como uma nova e forte tendência nos principais mercados globais de tecnologia de dados, refletindo a capacidade dos fornecedores de enxergarem a geração de valor além do cliente ou departamento para o qual a companhia presta serviços. Serviços de data monetization são um bom indicador da capacidade do prestador conectar entendimento de negócios e tecnologia e, assim, colocar os serviços de dados para trabalhar a favor dos negócios.

A pesquisa mostrou que os fornecedores foram, além disso, promovendo soluções de monetização de dados que favorecem não só seus clientes, mas também as pessoas, os governos e a sociedade.

Outra tendência que o estudo deste ano apontou é a resposta dos fornecedores à frustação de alguns clientes, apontada nos anos anteriores, que relatavam que a construção de sua jornada de dados era frustrante, pois envolvia grandes investimentos, longas construções de data lakes, longos processos de governança de dados e qualidade de dados para só então iniciar a construção de modelos estatísticos que, em sua grande maioria, nunca entravam em produção.

Considerando que as organizações têm que estabelecer prioridades para alocar seus investimentos, muitas vezes esta demora nos resultados dos projetos de data e analytics resultava na perda de prioridade. Para solucionar este problema, muitos fornecedores começaram a “produtizar” suas soluções, ou seja, começaram a ofertar projetos com objetivos definidos como, por exemplo, solução de prevenção a fraudes, churn prevention, credit scoring, geolocation segmentation, entre outros.

Desta forma, os prestadores conseguem replicar alguns de seus casos de sucesso com arquiteturas tecnológicas préformatadas ou pré-configuradas em novos clientes, acelerando a implementação e proporcionando mais confiança nos resultados do projeto. Eles também contam com componentes proprietários, chamados de aceleradores, desenvolvidos para executar algumas etapas (migrações de cargas de dados, anonimização, etc) de forma automática. Esta nova abordagem facilita o processo de contratação de soluções de data e analytics pois, além de acelerar a implementação, tem objetivos definidos e resultados mensuráveis.

As frustações dos clientes são diminuídas neste novo contexto e, consequentemente, a propensão à compra tende a aumentar, impulsionando a demanda por soluções de data e analytics ainda mais. Assim, o mercado ganha um novo impulso no caminho de uma economia orientada por dados.

Tendências em ciência de dados:

Aumento do uso de vídeo analytics: O estudo deste ano constatou o aumento significativo de soluções com o uso de vídeo analytics. Algumas aplicações mais comuns foram as voltadas à mitigação de riscos de acidentes trabalhistas, com plataforma de monitorando do uso de equipamentos de segurança, a exposição de produtos em lojas de varejo para evitar quebra de estoque e a qualidade de produção industrial.

Utilização de Low-Code/No Code: Várias plataformas com soluções Low-Code/ No Code foram implementadas, tais como previsão de demanda e credit scoring, e muitas destas soluções estão disponíveis nos fornecedores de nuvem ou em plataformas de dados. O uso de Low-Code/No Code empodera os times de ciência de dados dos clientes, uma vez que as equipes internas podem fazer suas análises sem a necessidade de dominar as linguagens de programação. O papel dos fornecedores se foca mais na implantação das plataformas e na governança dos modelos analíticos, do que propriamente na construção destes modelos.

Nova soluções de AIOps: O estudo deste ano mostrou um aumento da oferta de soluções para o monitoramento de operações de TI, com o uso de big data e algoritmos.

FinOps: Novas soluções para monitorar e otimizar os custos com computação em nuvem e de plataformas de dados foram apresentadas neste ano, muito embora esta continue a ser uma fonte de preocupação pelos clientes.

Tendências em engenharia de dados:

Uso de plataformas de dados: Ocorreu um significativo aumento de prestadores com a oferta de plataforma de dados, notadamente Snowflake e Databricks. Apesar de isso ocorrer com uma certa defasagem em relação a outros países analisados pelo ISG, os resultados parecem indicar uma tendência pela adoção destas plataformas pelos clientes, em razão das vantagens que oferecem em relação aos fornecedores de nuvem.

Uso de soluções dos fornecedores de nuvem: Diversos prestadores de serviços relataram cases inteiramente desenvolvidos usando produtos dos fornecedores de nuvem, notadamente AWS e Microsoft Azure. Estas plataformas enriqueceram o conjunto completo de ferramentas para construir a maioria das soluções de data e analytics.

Tendências em monetização de dados:

Cooperação entre empresas e entidades: Os casos mais notáveis de monetização de dados relatados envolveram a cooperação de mais de uma organização ou entidade para sua efetiva implementação. Isso requer capacidade de gerenciar os diversos interesses, papéis e arquitetura de dados deste conjunto de organizações.

Spin off dos negócios: Alguns cases destacados de monetização de dados acabaram por se constituírem em start ups, ou em empreendimentos separados das empresas que os desenvolveram, o que é importante para viabilizar o efetivo desenvolvimento destas soluções e garantir a viabilidade comercial do empreendimento.