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O mercado de computação em nuvem está experimentando um crescimento moderado, com uma diminuição na celebração de novos contratos em comparação com anos anteriores. No mercado brasileiro, nota-se uma disparidade entre os parceiros locais das principais plataformas de nuvem em termos de portfólio e oferta de serviços, o que afeta sua competitividade e capacidade de entrega de qualidade.
De acordo com Mauricio Ohtani, distinguished analyst e senior advisor da TGT ISG, “desde o primeiro trimestre de 2022, temos observado uma queda consistente no volume de negócios. Isso ocorreu devido à explosão de contratos de serviços em nuvem causada pela pandemia e à migração de ambientes de trabalho, uma vez que não havia muitas alternativas naquela época. Agora, parece que estamos entrando em um regime de crescimento mais coerente, e o volume de novos contratos tem diminuído. Em outras palavras, o mercado está se expandindo, mas não no mesmo ritmo dos últimos dois anos.”
Durante o painel “A Nuvem Está em Todo Lugar,” parte do Cloud Evolution Forum do TI Inside, o especialista explicou que a evolução tecnológica, incluindo a migração para a nuvem e a adoção de tecnologias como a IA generativa e o 5G, oferece oportunidades significativas para as empresas que oferecem serviços neste setor, mas também implica em desafios que exigem atenção e adaptação contínua.
“A inteligência artificial tem sido adotada rapidamente nos últimos anos, impulsionada pelo interesse crescente das pessoas e pela migração para a nuvem. Isso tem possibilitado entregas mais ágeis e eficientes, aproveitando os benefícios da nuvem, como agilidade, flexibilidade e escalabilidade,” explica o especialista.
De acordo com o estudo ISG Provider Lens™ Microsoft Cloud Ecosystem 2023 para o Brasil, do qual Mauricio é autor, as empresas nacionais têm buscado proporcionar a melhor experiência para os usuários, maior agilidade, rápida criação de aplicativos direcionados aos modelos de negócio das organizações e composição modular dos ambientes em nuvem.
Além disso, ele destaca que a gestão da nuvem é identificada como uma preocupação importante. “Muitas empresas erroneamente acreditaram que, ao migrar para a nuvem, poderiam dispensar preocupações com segurança e outras questões de TI. No entanto, a realidade demonstrou que isso não é verdade, levando a desafios na administração da nuvem e na implementação de medidas de segurança adequadas.
O 5G é uma área que traz altas expectativas para o mercado de nuvem, devido aos benefícios já apresentados pela implementação. “Foram identificados casos de uso e plataformas que realmente estão se beneficiando, principalmente devido ao 5G que está sendo implementado no Brasil. Mesmo assim, a expectativa permanece elevada, pois somos entusiastas pela tecnologia. Acredita-se que, no momento oportuno e no futuro próximo, colheremos os maiores benefícios que o 5G pode oferecer”, comenta.
“Uma área de negócios em que identificamos uma ampla adoção da Internet das Coisas (IoT) é o ‘track and trace’. No entanto, no passado, houve casos em que sensores foram colocados nos cavalos das carretas de empresas de transporte em vez de na carga. Em um momento em que os caminhões de carga eram frequentemente alvo de sequestros, a localização era possível apenas para o cavalo, não para a carga,” exemplifica. “Isso mostra que existem casos de uso que ainda precisaremos aprender a utilizar da melhor maneira. O aprendizado contínuo é essencial para maximizar o uso do 5G, IoT e outros avanços tecnológicos, como parte do processo contínuo de maturidade tecnológica.”
Ele conclui que, embora a nuvem possa reduzir os custos financeiros, é essencial manter atenção e dedicação para garantir a segurança, governança e conformidade. Empresas mais bem-sucedidas reconhecem essa necessidade e mantêm recursos internos para otimizar os benefícios da nuvem, sendo que muitas pequenas e médias empresas ainda não adotaram essa cultura.