Um relatório conduzido pela ISG revela que mais de 90% dos projetos de TI com orçamento acima de US$ 10 milhões falham em atingir seu potencial máximo. A principal causa identificada é a falta de alinhamento entre a área de Tecnologia da Informação e os objetivos estratégicos das empresas.
De modo amplo, a TI está diretamente relacionada à inovação, suporte ao usuário, manutenção, evolução da infraestrutura, governança de TI, arquitetura e segurança. Para Paulo Silveira, sócio-diretor da TGT ISG, para que a TI seja verdadeiramente inovadora e gere valor ao negócio, é essencial que a área tenha uma compreensão profunda da estratégia corporativa, a fim de traduzi-la em prioridades de missão crítica, que serão a base do plano estratégico de tecnologia.
“O que vemos nas empresas é que a TI ainda é colocada como uma fornecedora de serviços de tecnologia, infraestrutura e suporte básico. Raras são as empresas que incorporam a TI na sua estratégia de negócios, sendo que a área é um excelente instrumento para aumentar a eficiência dos processos transacionais da empresa, liberando gestores para focarem nas questões estratégicas”, explica. No entanto, Paulo destaca que essa visão é pouco explorada pelas empresas, que geralmente veem a TI de forma operacional e reativa, esperando que o negócio apresente suas demandas. Apenas algumas áreas de TI estão verdadeiramente alinhadas ao negócio, compreendendo sua dinâmica e necessidades.
Segundo ele, alinhar a TI às áreas de negócio deixou de ser um diferencial e tornou-se uma questão de sobrevivência em mercados altamente competitivos. Para evitar desperdícios e maximizar resultados, é essencial integrar a TI desde as etapas iniciais do planejamento estratégico. Entre as medidas recomendadas estão o fortalecimento do diálogo com os líderes de negócio, a definição de métricas claras para avaliar o impacto das iniciativas tecnológicas e a promoção de uma cultura colaborativa.
Claudio Soutto, partner da TGT ISG, reforça que a TI precisa ser vista como um motor de transformação organizacional, assumindo um papel central na inovação e na competitividade das empresas. “Essa transformação só será possível se houver um esforço conjunto para alinhar os investimentos em tecnologia com os objetivos de negócio, garantindo que a área de TI participe ativamente das decisões estratégicas e contribua para criar valor tangível para a organização”, afirma Soutto.
Em um cenário de rápidas mudanças tecnológicas, é imprescindível que as empresas adotem uma mentalidade ágil e voltada à entrega de valor contínuo. “A integração entre TI e negócio deve ser sustentada por processos claros, lideranças fortes e métricas que demonstrem o impacto direto das iniciativas tecnológicas no crescimento da empresa. Apenas assim será possível superar a visão tradicional da TI como área de suporte e consolidá-la como protagonista estratégico”, acrescenta Soutto.